Guerra dos Cem Anos
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A expressão
Guerra dos Cem Anos, surgida em meados do
século XIV, identifica uma série de conflitos armados, registrados de forma intermitente, durante o século XIV e o
século XV (de
1337 a
1453, concordando com as datas convencionais), envolvendo a
França e a
Inglaterra.
[1]
Embora a guerra tenha durado 116 anos o tempo foi arredondado para 100.
A longa duração desse conflito explica-se pelo grande poderio dos
ingleses de um lado e a obstinada resistência francesa do outro. Ela foi
a primeira grande guerra europeia que provocou profundas transformações
na vida
econômica, social e
política da
Europa Ocidental. A França foi apoiada pela
Escócia,
Boêmia,
Castela e
Papado de Avinhão. A Inglaterra teve por aliados os
flamengos,
alemães e
portugueses. A questão
dinástica que desencadeou a chamada Guerra dos Cem Anos ultrapassou o caráter
feudal das rivalidades político-militares da
Idade Média e marcou o teor dos futuros confrontos entre as grandes monarquias europeias.
O Reino da França
No início do
século XIV,
o reino da França, drenado por grandes bacias fluviais e desfrutando de
um clima favorável para a agricultura, estava florescendo, com seus 17
milhões de habitantes,
[2] [3] a primeira potência em termos demográficos da Europa. A sociedade agrícola baseia-se em um
sistema feudal e religioso muito hierarquizado. A produção agrícola é capaz de alimentar a população (não havia mais fome desde o século XII
[4] ) e necessita da nobreza para defender a terra.
[5]
O
clero desempenha um importante papel social na organização da sociedade. Os clérigos são alfabetizados e têm habilidades na
aritmética e gestão das instituições; os religiosos administram organizações de caridade
[6] e escolas
[7] onde somando-se com os feriados religiosos, o número de feriados chega a 140 por ano.
[8]
Os atritos
Historiograficamente é registrada entre
1334 a
1452. As suas causas remotas prendem-se à época em que o duque da
Normandia,
Guilherme, o Conquistador,
apoderou-se da Inglaterra em (1066). Desde Guilherme, os monarcas
ingleses controlavam extensos domínios senhoriais em território francês,
ameaçando o processo de centralização monárquica da França que se
esboçava desde o
século XII. Durante os séculos XII e
XIII, os soberanos franceses tentaram, com crescente sucesso, restabelecer a sua autoridade sobre esses
feudos.
No século XII, o rei
Henrique II da Inglaterra se casou com
Leonor da Aquitânia e, segundo as tradições
feudais, tornou-se
vassalo do rei da França nos ducados da
Aquitânia (Antiga
Guiena, Guyenna ou Guyenne) e
Gasconha.
Desde então, as relações entre os reis da Inglaterra e França foram
marcadas por conflitos políticos e militares. Isso culminou na questão
da soberania sobre a Gasconha. Pelo
Tratado de Paris (1259),
Henrique III de Inglaterra abandonara as suas pretensões sobre
Normandia,
Maine,
Anjou,
Touraine e
Poitou, conservando apenas a Gasconha. Os constantes conflitos vinham pelo fato do rei inglês, que era
duque
da Gasconha, ressentir-se de ter de pagar pela região aos reis
franceses e de os vassalos gascões frequentemente apelarem ao soberano
da França contra as decisões tomadas pelas autoridades inglesas na
região.
As influências francesa e inglesa em
Flandres (atual
Bélgica e
Países Baixos) eram também opostas, pois os condes desse território eram vassalos da França e, por outro lado, a
burguesia estava ligada economicamente à Inglaterra. Além do intenso
comércio estabelecido na região, Flandres era importante centro produtor de tecidos, que consumia grande parte da
lã produzida pela Inglaterra. Essa camada urbana vinculada à produção de
tecidos
e ao comércio posicionava-se a favor dos interesses ingleses e
portanto, contra a ingerência política francesa na região. Resolveram,
flamengos e ingleses, estabelecer uma
aliança,
que irritou profundamente o rei da França, também interessado na
região. Com muita sabedoria, eles obedeceram à nova lei pública na
Europa, portanto estavam numa crise de guerras Europeias .
O estopim dos conflitos se deu com o problema sucessório resultante da morte do terceiro e último filho de
Filipe IV, o Belo,
Carlos IV, em
1328. Entre os possíveis sucessores estavam: o rei inglês
Eduardo III, da dinastia
Plantageneta, sobrinho do falecido monarca pelo lado materno, detentor dos títulos de
duque da Aquitânia e
conde de Ponthieu (na região do
canal da Mancha); e o nobre francês
Filipe,
conde de Valois, sobrinho de
Filipe IV, o Belo,
pertencente a um ramo secundário da família real. As pretensões dos
dois foram examinadas por uma assembleia francesa que, apoiando-se na
lei sálica,
segundo a qual o trono não poderia ser ocupado por um sucessor vindo de
linhagem materna, inclinou-se para o candidato nacional, aclamando o
sobrinho, Filipe de Valois, com o título de Filipe VI. O rei inglês não
discutiu a decisão, reconhecendo Filipe VI em
Amiens em
1329.
O
Conde de Nevers, regente de Flandres desde
1322, prestou juramento de obediência ao seu
suserano Filipe VI, decisão que poderia paralisar a economia flamenga.
Eduardo III, após a intervenção de Filipe VI em Flandres apoiando o
conde contra os amotinados flamengos, suspende as exportações de
lãs.
A burguesia flamenga forma um partido a favor do rei de Inglaterra,
incitando-o a proclamar-se rei de França. Assim, Eduardo III, instigado
por
Jacques Artervelde - rico mercador que já havia liderado uma rebelião na cidade flamenga de
Gante - e temendo perder o ducado francês de
Ducado da Aquitânia - mantido como feudo de Filipe VI -, repudiou o juramento de Amiens e alegou a superioridade de seus títulos à sucessão.
Os franceses acusavam os ingleses de desenvolverem uma política
expansionista, percebida pelos interesses na Aquitânia e em Flandres. Já
os ingleses insistiam em seus legítimos direitos políticos e
territoriais na França. Embora tenham ocorrido crises anteriores, em
geral, a data de
24 de maio de
1337
é considerada como o início da guerra: nesse dia, após uma série de
discussões, Filipe VI, cônscio da grave ameaça que representava para os
seus domínios a existência de um ducado leal à coroa inglesa,
apoderou-se de Aquitânia. Eduardo respondeu imediatamente: não
reconheceu mais "Filipe, que dizia ser rei da França", e ordenou o
desembarque de um exército em Flandres. Iniciava-se a Guerra dos Cem
Anos. A situação se deteriorou diante do auxílio francês à independência
da
Escócia nas guerras que Eduardo III e o
seu pai haviam iniciado contra os reis escoceses para ocupar o trono desse país.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_dos_Cem_Anos
Grandes Navegações
Navegações portuguesas, pioneirismo português, Vasco da Gama e a
chegada às Índias, instrumentos de navegação, bússola, astrolábio,
descobrimentos marítimos, viagem de Cristovão Colombo, viagem de Pedro
Álvares Cabral, Escola de Sagres e as Ca
Caravela Portuguesa da Época das Grandes Navegações
Introdução
Durante os séculos XV e XVI, os europeus, principalmente portugueses e
espanhóis, lançaram-se nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico com
dois objetivos principais : descobrir uma nova rota marítima para as
Índias e encontrar novas terras. Este período ficou conhecido como a Era
das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos.
Os objetivos
No século XV, os países europeus que quisessem comprar especiarias
(pimenta, açafrão, gengibre, canela e outros temperos), tinham que
recorrer aos comerciantes de Veneza ou Gênova, que possuíam o monopólio
destes produtos. Com acesso aos mercados orientais - Índia era o
principal - os burgueses italianos cobravam preços exorbitantes pelas
especiarias do oriente. O canal de comunicação e transporte de
mercadorias vindas do oriente era o Mar Mediterrâneo, dominado pelos
italianos. Encontrar um novo caminho para as Índias era uma tarefa
difícil, porém muito desejada. Portugal e Espanha desejavam muito ter
acesso direto às fontes orientais, para poderem também lucrar com este
interessante comércio.
Um outro fator importante, que estimulou as navegações nesta época,
era a necessidade dos europeus de conquistarem novas terras. Eles
queriam isso para poder obter matérias-primas, metais preciosos e
produtos não encontrados na Europa. Até mesmo a Igreja Católica estava
interessada neste empreendimento, pois, significaria novos fiéis.
Os reis também estavam interessados, tanto que financiaram grande
parte dos empreendimentos marítimos, pois com o aumento do comércio,
poderiam também aumentar a arrecadação de impostos para os seus reinos.
Mais dinheiro significaria mais poder para os reis absolutistas da época
(saiba mais em absolutismo e mercantilismo).
Pioneirismo português
Portugal foi o pioneiro nas navegações dos séculos XV e XVI devido a
uma série de condições encontradas neste país ibérico. A grande
experiência em navegações, principalmente da pesca de bacalhau, ajudou
muito Portugal. As caravelas, principal meio de transporte marítimo e
comercial do período, eram desenvolvidas com qualidade superior à de
outras nações. Portugal contou com uma quantidade significativa de
investimentos de capital vindos da burguesia e também da nobreza,
interessadas nos lucros que este negócio poderia gerar. Neste país
também houve a preocupação com os estudos náuticos, pois os portugueses
chegaram a criar até mesmo uma centro de estudos : A Escola de Sagres.
Planejamento das Navegações
Navegar nos séculos XV e XVI era uma tarefa muito arriscada,
principalmente quando se tratava de mares desconhecidos. Era muito comum
o medo gerado pela falta de conhecimento e pela imaginação da época.
Muitos acreditavam que o mar pudesse ser habitado por monstros, enquanto
outros tinham uma visão da terra como algo plano e , portanto, ao
navegar para o "fim" a caravela poderia cair num grande abismo.
Dentro deste contexto, planejar a viagem era de extrema importância.
Os europeus contavam com alguns instrumentos de navegação como, por
exemplo: a bússola, o astrolábio e a balestilha. Estes dois últimos
utilizavam a localização dos astros como pontos de referência.
Também era necessário utilizar um meio de transporte rápido e
resistente. As caravelas cumpriam tais objetivos, embora ocorressem
naufrágios e acidentes. As caravelas eram capazes de transportar grandes
quantidades de mercadorias e homens. Numa navegação participavam
marinheiros, soldados, padres, ajudantes, médicos e até mesmo um
escrivão para anotar tudo o que acontecia durantes as viagens.
Navegações portuguesas e os descobrimentos
No ano de 1498, Portugal realiza uma das mais importantes navegações:
é a chegada das caravelas, comandadas por Vasco da Gama às Índias.
Navegando ao redor do continente africano, Vasco da Gama chegou à
Calicute e pôde desfrutar de todos os benefícios do comércio direto com o
oriente. Ao retornar para Portugal, as caravelas portuguesas,
carregadas de especiarias, renderam lucros fabulosos aos lusitanos.
Outro importante feito foi a chegada das caravelas de Cabral ao
litoral brasileiro, em abril de 1500. Após fazer um reconhecimento da
terra "descoberta", Cabral continuou o percurso em direção às Índias.
Em função destes acontecimentos, Portugal tornou-se a principal potência econômica da época.
Navegações Espanholas
A Espanha também se destacou nas conquistas marítimas deste período,
tornando-se, ao lado de Portugal, uma grande potência. Enquanto os
portugueses navegaram para as Índias contornando a África, os espanhóis
optaram por um outro caminho. O genovês Cristovão Colombo, financiado
pela Espanha, pretendia chegar às Índias, navegando na direção oeste. Em
1492, as caravelas espanholas partiram rumo ao oriente navegando pelo
Oceano Atlântico. Colombo tinha o conhecimento de que nosso planeta era
redondo, porém desconhecia a existência do continente americano. Chegou
em 12 de outubro de 1492 nas ilhas da América Central, sem saber que
tinha atingido um novo continente. Foi somente anos mais tarde que o
navegador Américo Vespúcio identificou aquelas terras como sendo um
continente ainda não conhecido dos europeus. Em contato com os índios da
América (maias, incas e astecas), os espanhóis começaram um processo de
exploração destes povos, interessados na grande quantidade de ouro.
Além de retirar as riquezas dos indígenas americanos, os espanhóis
destruíram suas culturas.
Indicação de filme sobre o tema:
- 1492 A CONQUISTA DO PARAÍSO, Estados Unidos, 1992, 154 minutos
Diretor: Ridley Scott.
Temas: Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos, Inquisição e Chegada dos espanhóis à América.
http://www.suapesquisa.com/grandesnavegacoes/
O infante Dom Henrique teve grande papel no desenvolvimento marítimo de Portugal.
O período das Grandes Navegações e a consolidação da economia
mercantil dentro da Europa estabeleceu um novo tipo de relação entre as
nações européias. O interesse na conquista de novas rotas comerciais e a
descoberta de áreas de colonização permitiu uma relação competitiva
entre as nações européias. O controle de uma terra distante e a
descoberta de um novo ponto comercial significava a possibilidade de
fortalecimento do Estado por meio da expansão de suas atividades
mercantis.
Apesar de termos essa situação competitiva se desenvolvendo ao longo da
Idade Moderna, o papel pioneiro desempenhado pela nação portuguesa
colocou este Estado à frente de outros países durante um bom tempo. Para
que possamos entender essa diferença de Portugal em relação ao restante
da Europa, é necessário que visualizemos uma série de acontecimentos
históricos que contribuíram diretamente para que a nação lusitana fosse a
primeira potência marítima de seu tempo.
Um dos pontos que primeiramente diferencia o caso português está
relacionado ao processo de formação de sua monarquia nacional. Ao
contrário dos longos e desgastantes conflitos que marcam a grande
maioria dos processos de formação das monarquias nacionais, Portugal
formou um estado centralizado em um relativo curto período de tempo. Já
no século XIV, a chamada dinastia de Avis havia fixado uma situação
política estável naquele país.
Além disso, devemos também salientar alguns outros aspectos de ordem
histórico-geográfica que contribuíram enormemente na vanguarda marítima
lusitana. A sua posição geográfica privilegiada transformava o litoral
português em ponto de chegada e partida de várias embarcações que
circulavam por diversos mares e, principalmente, pelo Oceano Atlântico.
Não por acaso, a classe mercantil desse país teve a oportunidade de
firmar laços comerciais com diferentes nações.
Sob o ponto de vista tecnológico, Portugal também ocupava uma posição
privilegiada em comparação às outras nações do Velho Mundo. Nas
primeiras décadas do século XV, com o incentivo do infante Dom Henrique,
vários navegadores, cartógrafos, astrônomos, matemáticos e construtores
se reuniram em torno do aprimoramento das técnicas de navegação. Tal
concentração de estudiosos formou a chamada Escola de Sagres, nome que
designa a presença desses vários profissionais na região do Algarve.
Dessa forma, os portugueses se aproveitaram de uma situação de cunho
histórico, político, geográfico e econômico que ofereceu claras
vantagens na corrida pelos mares. Ao longo do século XV, a conquista de
vários pontos do litoral africano, de algumas ilhas atlânticas e a
ultrapassagem do Cabo da Boa Esperança marcaram a expansão marítima
dessa nação. No fim desse mesmo século, esse ciclo de descobertas se
encerra com a chegada ao Brasil, oficializada no ano de 1500.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=7847859838119146690#editor/target=post;postID=293724181641631027
Igreja Católica
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A
Igreja Católica (o termo "católico", derivado da palavra
grega: καθολικός (katholikos), significa "universal", "geral" ou "referente à totalidade"
[1] ), chamada também de
Igreja Católica Romana [2] e
Igreja Católica Apostólica Romana [3] , é uma
Igreja cristã com aproximadamente dois mil anos
[4] , colocada sob a autoridade suprema visível do
Papa,
Bispo de Roma e sucessor do
apóstolo Pedro. Seu objetivo é a
conversão ao ensinamento e à pessoa de
Jesus Cristo em vista do
Reino de Deus -concede um papel condizente nesta missão à
Nossa Senhora, a quem intitulou de "
Mãe da Igreja", considerando que
nem
mesmo se deve temer que o incremento do culto, tanto litúrgico como
privado, a ela dedicado, possa ofuscar ou diminuir o «culto de adoração,
que é prestado ao Verbo Encarnado e do mesmo modo ao Pai e ao Espírito
Santo.[5] [6] . Para este fim, a Igreja Católica administra os
sacramentos e prega o
Evangelho de Jesus Cristo.
[7] Atua em programas sociais e instituições em todo o mundo, incluindo
escolas,
universidades,
hospitais e abrigos, bem como administra outras instituições de caridade, que ajudam
famílias,
pobres,
idosos e
doentes.
[7]
A Igreja Católica se considera "A
Igreja" estabelecida por Deus para salvar todos os homens, embora admita a possibilidade de salvação dos que não a seguem
[8] . Esta ideia é visível logo no seu nome: o termo "católico" significa global em
grego. Ela elaborou sua
doutrina ao longo dos
concílios a partir da
Bíblia, comentados pelos
Pais e pelos
doutores da Igreja.
Ela propõe uma vida espiritual e uma regra de vida aos seus fiéis
inspirada no Evangelho e definidas de maneira precisa. Regida pelo
Código de Direito Canónico, ela se compõe, além da sua muita bem conhecida
hierarquia ascendente que vai do
diácono ao
Papa, de vários movimentos apostólicos, que comportam notadamente as
ordens religiosas, os
institutos seculares e uma ampla diversidade de organizações e movimentos de
leigos.
Desde o dia
13 de Março de
2013, a Igreja Católica encontra-se sob a liderança do
Papa Francisco. O último papa antes do argentino foi o
Papa Bento XVI, que abdicou do cargo no mesmo ano. Quando de sua entronação, ela contava aproximadamente com 1,2 bilhões de membros
[9] (ou seja, mais de um sexto da população mundial
[10] e mais da metade de todos os cristãos,
[11] ), distribuídos principalmente na
Europa e nas
Américas mas também noutras regiões do mundo. Sua influência na História do pensamento bem como sobre a
História da arte é considerável, notadamente na
Europa.
A Igreja Católica, pretendendo respeitar a cultura e a tradição dos
seus fiéis, é por isso atualmente constituída por 23 Igrejas autônomas
sui juris, todas elas em
comunhão completa e subordinadas ao
Papa. Estas Igrejas, apesar de terem a
mesma doutrina e fé, possuem uma tradição cultural, histórica,
teológica e
litúrgica diferentes e uma estrutura e organização territorial separadas. A Igreja Católica é muitas vezes confundida com a
Igreja Católica Latina, uma das suas 23 Igrejas autônomas e a maior de todas elas
[12] [13] [14] .
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Cat%C3%B3lica
Navio negreiro
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Nota: Se procura a poesia abolicionista de Castro Alves sobre, veja
O Navio Negreiro.
Maquete do interior de um navio negreiro.
Plano do navio negreiro britânico Brookes.
Navio negreiro (também conhecido como "
navio tumbeiro") é o nome dado aos navios de carga para o transporte de
escravos, especialmente os escravos
africanos, até o
século XIX.
Aprisionados no interior da
África subsaariana, por outros africanos que lucravam com o tráfico, os
escravos eram trazidos em
marcha forçada
até o litoral do continente, onde os sobreviventes, que não haviam sido
comercializados localmente, eram despojados de suas roupas e eventuais
pequenos pertences que ainda carregassem consigo, para serem vendidos
aos comerciantes europeus, que os embarcavam nos navios negreiros.
Neles, os escravos eram destinados aos porões da embarcação, onde
ficavam presos em grupos às correntes. Cada navio, levava em média
quatrocentos africanos amontoados. O mau-cheiro imperava, e o espaço
para movimentação era mínimo, porque embora navios deste tipo fossem
geralmente grandes, se otimizava o espaço do mesmo para caber o maior
numero possível de escravos.
A partir de 1432 quando o navegador português
Gil Eanes levou para
Portugal a primeira carga de escravos negros vindos da
África que os portugueses começaram a traficar os escravos com as
Ilha da Madeira e em Porto-Santo. Mais adiante os negros foram trazidos para o
Brasil.
A história dos navios negreiros é das mais comoventes. Homens,
mulheres e crianças eram transportados amontoados em compartimentos
minúsculos dos navios, escuros e sem nenhuma cuidado com a higiene.
Conviviam no mesmo local, a fome, a sede, as doenças, a sujeira, os
agonizantes e os mortos.
Sem a menor preocupação com a condição dos negros, os responsáveis
pelos navios negreiros amontoavam negros acorrentados como animais em
seus porões que muitas vezes advinham de diferentes lugares do
continente africano, causando o encontro de várias etnias e que por
vezes eram também inimigas. Seus corpos eram marcados pelas correntes
que os limitavam nos movimentos, as fezes e a urina eram feitas no mesmo
local onde permaneciam. Os movimentos das caravelas faziam com que
muitos passassem mal e vomitassem no mesmo local. Os alimentos
simplesmente eram jogados nos compartimentos uma ou duas vezes por dia,
cabendo aos próprios negros promover a divisa da alimentação. Como os
integrantes do navio não tinham o hábito de entrar no porão, os mortos
permaneciam ao lado dos vivos por muito tempo.
Quando o navio encontrava alguma dificuldade durante seu trajeto, o
comandante da embarcação ordenava que os negros moribundos ou mortos
fossem lançados ao mar, como alternativa para reduzir o peso do navio.
Nestes casos, o mar acabava se tornando a única saída dos negros para a
luz, antes de chegarem aos destinatários do comércio.
A organização da Companhia dos Lagos propunha-se a incentivar e
desenvolver o comércio africano e dar expansão ao tráfico negreiro, sua
viagem inicial motivou a formação de várias companhias negreiras, tais
como:
Companhia de Cacheu] (1675), Companhia de Cabo Verde e Cacheu de Negócios de Pretos (1690), Companhia Real de Guiné e das Índias (1693) e
Companhia das Índias Ocidentais (1636). No Brasil, devido ao êxito do empreendimento, deu-se a criação da
Companhia Geral do Comércio do Brasil (1649).
Somente no século XIX que as leis proibiram o comércio de negros. Entre 1806 e 1807, a
Inglaterra
acabou com o tráfico negreiro em seu Império e em 1833 proibiu o
trabalho escravo. No Brasil, mesmo após o tráfico negreiro ter sido
proibido, a escravidão permaneceu até 1888.
O tráfico transatlântico de escravos africanos começou a entrar em decadência, somente a partir da sua abolição no início do
século XIX pelo
Reino Unido, com alguns países como o
Brasil
persistindo em sua prática, até serem forçados a abandoná-lo décadas
depois. Devido às péssimas condições, físicas e psicológicas, em que se
encontravam os escravos transportados, muitos morriam, eram mortos ou
suicidavam-se durante a travessia.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Navio_negreiro