domingo, 26 de junho de 2016

-Revoltas
     A.  Emboabas (1708-1709)  : Nos primeiros anos do século XVIII, a descoberta de ouro no Brasil proporcionou um interessante conjunto de mudanças dentro e fora dos limites do território colonial. Em geral, a oportunidade de se enriquecer por meio da mineração atraiu o interesse de populações de outras províncias e dos próprios portugueses que souberam da notícia na metrópole. Dessa forma, em pouco tempo as jazidas encontradas seriam alvo de uma violenta disputa. Os bandeirantes paulistas, responsáveis pelas primeiras descobertas, acreditavam que a exploração das minas deveria ser reservada aos pioneiros da região. Em contrapartida, a Coroa Portuguesa enxergava o feito como mais uma excelente oportunidade de negócio capaz de sanar a vida do Estado Lusitano. Dessa forma, a região de Minas Gerais, entre 1708 e 1709, acabou se transformando em palco de um conflito que acabou conhecido como a Guerra dos Emboabas. A utilização do termo “emboaba” era pejorativamente dirigida aos estrangeiros que tentaram controlar a região tardiamente. Na língua tupi, essa expressão era originalmente utilizada pelos indígenas para fazer menção a todo tipo de ave que tinha sua perna coberta de penas até os pés. Com o passar do tempo, os bandeirantes paulistas a reinterpretaram para se referir aos forasteiros que, calçados de botas, alcançavam a região interiorana atrás dos metais preciosos. Sob a liderança de Manuel Nunes Viana, os emboabas organizaram diversas expedições em que buscavam enfraquecer a hegemonia dos paulistas nas regiões mineradoras. Entre as lutas mais intensas, o combate desenvolvido no Capão da Traição ficou conhecido pela morte de 300 paulistas pela mão dos emboabas. Tendo em vista a situação de confronto, os colonizadores portugueses buscaram formas para reafirmar sua autoridade no local. No ano de 1709, a Coroa Portuguesa determinou a imediata separação territorial das capitanias de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Ao fim da guerra, os bandeirantes buscaram outras jazidas nas regiões de Mato Grosso e Goiás. Alguns destes bandeirantes, beneficiados com o ganho da atividade mineradora, aproveitaram para formar unidades agrícolas que abasteceriam os núcleos urbanos que surgiram naquela mesma época.
     B.  Maranhão (1684) : A Revolta de Beckman foi uma rebelião ocorrida em 1684, como uma reação de proprietários rurais do Maranhão, aos abusos cometidos pela Companhia de Comércio do Maranhão, instalada na região dois anos antes, em 1682, por ordem do governo português. A Companhia foi criada para solucionar os problemas de escoamento da produção e de abastecimento da região com produtos europeus, assim como abastecer a região de mão-de-obra escrava. Na falta de mão-de-obra, os produtores escravizavam os índios, o que vinha causando conflito com os jesuítas. A Companhia detinha o monopólio na venda de produtos de outras regiões e escravos, e na compra do açúcar e do algodão dos produtores rurais. A insatisfação da população foi crescente, pois a Companhia vendia produtos de baixa qualidade a preços altos, os escravos não eram suficientes e a Companhia pagava um preço injusto pelo açúcar e pelo algodão dos produtores. Nesse contexto, a revolta teve início em 1684, sob a liderança dos irmãos Tomás e Manuel Beckman, grandes senhores de engenho da região. A revolta teve como objetivo a abolição do monopólio da Companhia de Comércio do Maranhão, para que se estabelecesse uma relação comercial justa. Os Beckman lideraram o saque aos armazéns da Companhia, depuseram o governo local e expulsaram os jesuítas da região. Com a finalidade de declarar a fidelidade ao Rei de Portugal, e de levar as reivindicações dos colonos à Metrópole, Tomás Beckman foi enviado a Lisboa. Ao retornar, trouxe consigo um novo governador, Gomes Freire de Andrade, enviado pela coroa portuguesa para restabelecer a ordem na região, com forças que o acompanharam para tal. Não houve resistência dos revoltos. As autoridades antes depostas retornaram a seus cargos, e os envolvidos na revolta foram presos e julgados. Manuel Beckman foi condenado à morte pela forca, por ter liderado o movimento. Seu irmão, Tomás Beckman, foi condenado ao desterro, ou seja, foi expulso de sua terra. Os demais envolvidos foram condenados a
prisão perpétua.

C.  Guerra dos Mascates (1710-1711): O chamado “Escravismo Colonial” era um sistema de dominação que se caracterizava por dois tipos de exploração: a escravista (senhores de engenho sobre os escravos) e a colonial (a metrópole sobre a colônia). A maioria das rebeliões que ocorreram antes da Independência, colocaram em xeque o regime colonial a que o Brasil estava submetido, poucas foram aquelas que contestaram a escravidão. A Revolta de Beckman, o Quilombo dos Palmares, a revolta de Vila Rica e a Guerra dos Mascates (ocorrida entre 1709 e 1711 em Pernambuco), tiveram por base as contradições entre a metrópole e a colônia e, no caso de Palmares; senhores e escravos A Guerra dos Mascates foi um conflito entre senhores de engenho de Olinda (sede do poder público) e comerciantes de Recife (chamados de “Mascates” e eram, em sua maioria, portugueses). Em 1630, os holandeses chegaram em Pernambuco e dominaram Recife e Olinda. Antes da chegada desses estrangeiros, Recife não era muito notável, Olinda era o principal núcleo urbano, ao qual Recife encontrava-se subordinada. Com a expulsão dos holandeses, Recife cresceu, tornou-se um centro comercial e, principalmente por causa do seu excelente porto, começou a receber um grande número de comerciantes portugueses. Os senhores de engenho (que controlavam Olinda) começavam a ficar incomodados com o progresso de Recife (controlada pelos comerciantes). Conforme Recife crescia, os mercadores começaram a querer se libertar de Olinda e da autoridade de sua Câmara Municipal. Em 1703, Recife conseguiu o direito de representação na Câmara de Olinda; porém, as influências exercidas pelos senhores de engenho fez com que esse direito não saísse do papel. Em 1709, os recifenses ganharam sua própria Câmara e se libertaram definitivamente da autoridade política de Olinda. Recife passou de "povoado" à "vila". Inconformados, os senhores de engenho de Olinda se revoltaram e atacaram Recife. Somente após a intervenção das autoridades coloniais é que as lutas foram suspensas e em 1711, Recife finalmente conseguiu sua igualdade perante Olinda. Assim estava encerrada a Guerra dos Mascates, com a vitória dos comerciantes.


      D.    Revolta da Vila Rica (1720): Também chamada de Revolta de Felipe dos Santos, a Revolta de Vila Rica foi determinada pela situação específica da região das Minas e se opunha ao físico português. A população das Minas dedicava-se ao contrabando do ouro em pó e sonegava o quinto ao Rei. Afim de conter a evasão do ouro, uma lei de Fevereiro de 1.719 implantou na capitania as casas de fundição. A criação das Casas de Fundição foi causa do motim de quase de 2.000 mineiros. O líder da rebelião, o português Felipe dos Santos, era um rancheiro no povoado de Antônio Dias. Sem força suficiente para debelar o movimento, o governador Conde de Assumar contemporizou com os revoltosos e prometeu perdoar os amotinados e suspender a criação das Casas de Fundição. Quando os revoltosos depuseram as armas e se dispersaram o governador mandou prender os lideres e esquartejar Felipe dos Santos.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_dos_Emboabas
http://www.historiadobrasil.net/resumos/revolta_de_beckman.htm
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/guerra-dos-mascates.htm
http://www.historiadobrasil.net/resumos/revolta_de_vila_rica.htm

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