-Revoltas
A. Emboabas (1708-1709) : Nos primeiros anos do século XVIII, a
descoberta de ouro no Brasil proporcionou um interessante conjunto de mudanças
dentro e fora dos limites do território colonial. Em geral, a oportunidade de
se enriquecer por meio da mineração atraiu o interesse de populações de outras
províncias e dos próprios portugueses que souberam da notícia na metrópole.
Dessa forma, em pouco tempo as jazidas encontradas seriam alvo de uma violenta
disputa. Os bandeirantes paulistas, responsáveis pelas primeiras descobertas,
acreditavam que a exploração das minas deveria ser reservada aos pioneiros da
região. Em contrapartida, a Coroa Portuguesa enxergava o feito como mais uma
excelente oportunidade de negócio capaz de sanar a vida do Estado Lusitano.
Dessa forma, a região de Minas Gerais, entre 1708 e 1709, acabou se
transformando em palco de um conflito que acabou conhecido como a Guerra dos
Emboabas. A utilização do termo “emboaba” era pejorativamente dirigida aos
estrangeiros que tentaram controlar a região tardiamente. Na língua tupi, essa
expressão era originalmente utilizada pelos indígenas para fazer menção a todo
tipo de ave que tinha sua perna coberta de penas até os pés. Com o passar do tempo,
os bandeirantes paulistas a reinterpretaram para se referir aos forasteiros
que, calçados de botas, alcançavam a região interiorana atrás dos metais
preciosos. Sob a liderança de Manuel Nunes Viana, os emboabas organizaram
diversas expedições em que buscavam enfraquecer a hegemonia dos paulistas nas
regiões mineradoras. Entre as lutas mais intensas, o combate desenvolvido no
Capão da Traição ficou conhecido pela morte de 300 paulistas pela mão dos
emboabas. Tendo em vista a situação de confronto, os colonizadores portugueses
buscaram formas para reafirmar sua autoridade no local. No ano de 1709, a Coroa
Portuguesa determinou a imediata separação territorial das capitanias de Minas
Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Ao fim da guerra, os bandeirantes buscaram
outras jazidas nas regiões de Mato Grosso e Goiás. Alguns destes bandeirantes,
beneficiados com o ganho da atividade mineradora, aproveitaram para formar
unidades agrícolas que abasteceriam os núcleos urbanos que surgiram naquela
mesma época.
B. Maranhão (1684) : A Revolta de
Beckman foi uma rebelião ocorrida em 1684, como uma reação de proprietários
rurais do Maranhão, aos abusos cometidos pela Companhia de Comércio do
Maranhão, instalada na região dois anos antes, em 1682, por ordem do governo português.
A Companhia foi criada para solucionar os problemas de escoamento da produção e
de abastecimento da região com produtos europeus, assim como abastecer a região
de mão-de-obra escrava. Na falta de mão-de-obra, os produtores escravizavam os
índios, o que vinha causando conflito com os jesuítas. A Companhia detinha o
monopólio na venda de produtos de outras regiões e escravos, e na compra do
açúcar e do algodão dos produtores rurais. A insatisfação da população foi
crescente, pois a Companhia vendia produtos de baixa qualidade a preços altos,
os escravos não eram suficientes e a Companhia pagava um preço injusto pelo
açúcar e pelo algodão dos produtores. Nesse contexto, a revolta teve início em
1684, sob a liderança dos irmãos Tomás e Manuel Beckman, grandes senhores de
engenho da região. A revolta teve como objetivo a abolição do monopólio da
Companhia de Comércio do Maranhão, para que se estabelecesse uma relação
comercial justa. Os Beckman lideraram o saque aos armazéns da Companhia,
depuseram o governo local e expulsaram os jesuítas da região. Com a finalidade
de declarar a fidelidade ao Rei de Portugal, e de levar as reivindicações dos
colonos à Metrópole, Tomás Beckman foi enviado a Lisboa. Ao retornar, trouxe
consigo um novo governador, Gomes Freire de Andrade, enviado pela coroa
portuguesa para restabelecer a ordem na região, com forças que o acompanharam
para tal. Não houve resistência dos revoltos. As autoridades antes depostas
retornaram a seus cargos, e os envolvidos na revolta foram presos e julgados.
Manuel Beckman foi condenado à morte pela forca, por ter liderado o movimento.
Seu irmão, Tomás Beckman, foi condenado ao desterro, ou seja, foi expulso de
sua terra. Os demais envolvidos foram condenados a
prisão perpétua.
C. Guerra dos Mascates (1710-1711): O chamado
“Escravismo Colonial” era um sistema de dominação que se caracterizava por dois
tipos de exploração: a escravista (senhores de engenho sobre os escravos) e a
colonial (a metrópole sobre a colônia). A maioria das rebeliões que ocorreram
antes da Independência, colocaram em xeque o regime colonial a que o Brasil
estava submetido, poucas foram aquelas que contestaram a escravidão. A Revolta
de Beckman, o Quilombo dos Palmares, a revolta de Vila Rica e a Guerra dos
Mascates (ocorrida entre 1709 e 1711 em Pernambuco), tiveram por base as
contradições entre a metrópole e a colônia e, no caso de Palmares; senhores e
escravos A Guerra dos Mascates foi um conflito entre senhores de engenho de
Olinda (sede do poder público) e comerciantes de Recife (chamados de “Mascates”
e eram, em sua maioria, portugueses). Em 1630, os holandeses chegaram em
Pernambuco e dominaram Recife e Olinda. Antes da chegada desses estrangeiros,
Recife não era muito notável, Olinda era o principal núcleo urbano, ao qual Recife
encontrava-se subordinada. Com a expulsão dos holandeses, Recife cresceu,
tornou-se um centro comercial e, principalmente por causa do seu excelente
porto, começou a receber um grande número de comerciantes portugueses. Os
senhores de engenho (que controlavam Olinda) começavam a ficar incomodados com
o progresso de Recife (controlada pelos comerciantes). Conforme Recife crescia,
os mercadores começaram a querer se libertar de Olinda e da autoridade de sua
Câmara Municipal. Em 1703, Recife conseguiu o direito de representação na
Câmara de Olinda; porém, as influências exercidas pelos senhores de engenho fez
com que esse direito não saísse do papel. Em 1709, os recifenses ganharam sua
própria Câmara e se libertaram definitivamente da autoridade política de
Olinda. Recife passou de "povoado" à "vila". Inconformados,
os senhores de engenho de Olinda se revoltaram e atacaram Recife. Somente após
a intervenção das autoridades coloniais é que as lutas foram suspensas e em
1711, Recife finalmente conseguiu sua igualdade perante Olinda. Assim estava
encerrada a Guerra dos Mascates, com a vitória dos comerciantes.
D. Revolta da Vila Rica (1720): Também
chamada de Revolta de Felipe dos Santos, a Revolta de Vila Rica foi determinada
pela situação específica da região das Minas e se opunha ao físico português. A
população das Minas dedicava-se ao contrabando do ouro em pó e sonegava o
quinto ao Rei. Afim de conter a evasão do ouro, uma lei de Fevereiro de 1.719
implantou na capitania as casas de fundição. A criação das Casas de Fundição
foi causa do motim de quase de 2.000 mineiros. O líder da rebelião, o português
Felipe dos Santos, era um rancheiro no povoado de Antônio Dias. Sem força
suficiente para debelar o movimento, o governador Conde de Assumar
contemporizou com os revoltosos e prometeu perdoar os amotinados e suspender a
criação das Casas de Fundição. Quando os revoltosos depuseram as armas e se
dispersaram o governador mandou prender os lideres e esquartejar Felipe dos
Santos.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_dos_Emboabas
http://www.historiadobrasil.net/resumos/revolta_de_beckman.htm
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/guerra-dos-mascates.htm
http://www.historiadobrasil.net/resumos/revolta_de_vila_rica.htm
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